Olá a todos! Já cá não vinha há muito tempo, mas hoje pareceu-me inevitável.

Uma associação LGBT conseguiu, gratuitamente, graças ao apoio de empresas com a mente aberta (diria normal, mas não quero insultar ninguém....), colocar muppies em Lisboa com a frase "Se a tua mãe fosse lésbica, seria diferente?".
Fez também um anuncio televisivo em que realçava os valores de uma família, apoio mutuo, carinho, amizade, educação, lealdade...e de repente o pai revela ser homossexual. Tudo o que um filho aprendeu com esse pai muda??? O amor filial é alterado?
A ideia é exactamente abrir as mentes fechadas, para que entendam que não, que não é diferente. Que os sentimentos são os mesmos. Família e orientação sexual não se confundem nem se deveriam discutir. Por não serem temas que sejam incongruentes entre si. Família é família, orientação sexual é orientação sexual.

Mas o que me levou a escrever foi a opinião das pessoas a respeito da campanha. Mostraram-se chocadíssimas. Um adolescente disse que sim, que seria diferente. Eu fiquei chocada com o choque colectivo....

Analisando a sociedade, quantas coisas deveriam chocar-nos e não chocam???

Será preferível haver crianças maltratadas, abusadas sexual/fisica/psicologicamente por "pais", só por estes serem biológicos? Ou abandonadas, mortas, despejadas em orfanatos, na esperança vã de uma adopção que pode nunca acontecer?

Pois é, ter dois pais ou duas mães é estranhíssimo para maior parte da população, mas pensar que ter dois pais ou duas mães que sejam e transmitam os valores de uma verdadeira FAMÍLIA, isso já é pedir muito, afinal de contas as pessoas ficaram presas na parte em que "se a minha mãe fosse lésbica era diferente", não avançam no pensamento até este estágio.
O estágio em que milhares de crianças poderiam ter uma infância, e consequentemente uma vida mais feliz. Em que a marginalidade diminuiria. Em que inclusive, a despesa pública com as crianças que estão em instituições, com a burocracia de uma adopção, com assistentes sociais que só complicam o processo, seria diminuída. Isto, claro, seria o menos importante.

Tenho 28 anos, e compreendo que a nossa sociedade se foi alterando, a nível de preconceitos, lentamente. Há 35 anos, uma mãe solteira era um escândalo! Ia para casa de uma tia distante para esconder a barriga....
Ainda me lembro, aliás, de ter cerca de 10 anos, e a minha avó fazer de tudo para que o meu tio não casasse com a namorada, porque ela tinha um filho!
E agora é tão vulgar o divórcio, que é rara a familia dita "convencional". Será que teremos que esperar 30 anos para que os LGBT sejam vistos apenas pelo que são, iguais? Para que o conceito de orientação sexual seja visto tal como é, como orientação e não como uma escolha?

Espero sinceramente que não. E que a lei que foi aprovada seja só o inicio de uma mudança de mentalidades que permitirá aos portugueses serem mais felizes. Por poderem adoptar um filho com a pessoa que amam, ou por serem adoptados por pais que os amam em vez de votados ao abandono.

Beijinhos e abraços!

Sofy

1 comentários:

A questão da adopção é,na minha opinião, complexa. Acho que nunca foi verdadeiramente estudada, ou pelo menos eu não tenho conhecimento disso. O que é pena, pois acho que a psicologia, a pedopsicologia, deveria pronunciar-se. Porque a felicidade das crianças é a questão fundamental neste tema. E o que leio sempre ou são opiniões formadas na boa vontade, ou opiniões formadas na ignorância e no preconceito. E eu, francamente, gostaria de ter alguma ciência nesta questão.
Portanto, Sofy, não sou tão assertivo como tu nesta matéria. Mas gostei da tua argumentação. É sensata. E baseada na boa vontade e no amor.

Love you *******

9 de março de 2010 às 14:33  

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