Prisões


Hoje passeava no jardim do local onde estou das 9 às 16h, cantando em voz alta o que ouvia no mp4, já que ali ninguém me ouve.

Entretanto ouvi o meu nome ser chamado lá do fundo da musica. Era um colega meu que estava do lado de fora da rede. Comentamos, brincando, que parecia uma visita numa prisão, com grades pelo meio. Coloquei a questão: qual de nós era o "preso"?

Pus-me a reflectir sobre isso. Ele respondeu que, pela lógica, seria eu, afinal estava do lado de dentro... Mas uma prisão é muito mais do que um espaço físico.


Por vezes, as pessoas confinadas a um espaço restrito, sentem-se livres, enquanto que quem tem o Mundo inteiro pela frente, está preso dentro de si próprio.
De facto, pela lógica, estar preso é estar fechado. Mas acredito que haja muito mais pessoas, presas na suposta liberdade de poderem fazer o que querem, ir onde querem, fazer o que querem.



Referindo uma situação histórica, não tomando qualquer tipo de partido, Angola foi uma colónia de Portugal, próspera, um belo local para se viver. No entanto o povo angolano lutou por ser livre. Houve uma guerra, ganharam a tão ansiada "liberdade". E depois? A minha opinião é apenas uma gota num oceano, concerteza, mas penso que a pergunta que fizeram terá sido mesmo essa. "E AGORA?". Não sabiam o que fazer à liberdade. Foram-se destruindo. E destruindo um país rico, com tudo para ser próspero...


E nós? Sabemos o que fazer com a nossa liberdade? Sabemos o que queremos? Fazemos o que queremos, ou pelo menos corremos nessa direcção? Ou deixamo-nos aprisionar por convenções, imposições, "regras" da sociedade? Não seremos também nós "um país próspero" que acabamos por destruir aos poucos? Quem somos nós afinal? Haverá muita gente que não consegue responder. Eu própria terei alguma dificuldade.

Provavelmente, há uma incongruência entre quem somos na essência, e entre o que somos em sociedade. Na verdade há muito pouca verdade entre nós, seres sociais. Fazemos tudo para nos integrar seja onde for. E esquecemo-nos de nos integrar dentro de nós próprios.
..

Mesmo que descubramos quem somos, a maior parte de nós recusa-se a deixar sair o verdadeiro "eu"....


Resumindo, sigam os vossos sonhos. Sem medos, só vivemos uma vez, não há nada que esperar...Custe o que custar, mesmo remando contra a maré, nunca desistam. Só assim serão felizes! Beijinhos e abraços,

Sofy

4 comentários:

Apesar de todo o optimismo que possamos ter, nem sempre podemos correr atrás dos sonhos. Principalmente quando eles dependem poucos de nós. Mas sim, devemos remar contra a maré e tentar ser feliz. Não é o objectivo máximo de toda a gente?

Obrigada pela visita. És sempre bem-vinda. Vou entar passar também.

Beijoca!

19 de novembro de 2009 às 00:04  

Concordo plenamente com o que escreves-te, para além de estar lindo, tem toda a razão! Não devemos desistir daquilo que acreditamos, mesmo que a vida nem sempre nos sorria!
Bjx!
Gostei ;)!

19 de novembro de 2009 às 03:52  

Olá!
Obrigada pela visita lá ao mue cantinho!
Venho logo encontrar aqui um texto que fala num assunto que eu penso e falo tantas vezes. Liberdade, sermos nós próprios, mesmo que contra tudo e todos. Mesmo que às vezes esmoreçamos.
Lutar pelos nossos sonhos, sempre. NOSSOS. Não por ou para outros.
O que aconteceu em Angola e noutros países (e esta é apenas a minha opinião), é o mesmo que acontece muitas vezes na vida. "Não me dêem as batatas assadas. Dêem-me a terra, ensinem-me a plantá-las, a cultivá-las, a apanhá-las, a cozinhá-las." Vê-las já assadas sempre, at+e parece que nascem já assim, sem ser preciso plantá-las.
Beijinhos
Também gostei daqui :)

19 de novembro de 2009 às 15:38  

Só os que vivem na infância, sejam ou não crianças, são verdadeiramente livres, Sofy... *******

19 de novembro de 2009 às 19:37  

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