dia da morte

sexta, 22 de novembro de 2010

Quantas vidas?


Bem, desta vez estou de quarentena em casa por ter estado em contacto com alguém com gripe A.

Ou isso ou estou a crescer mais um bocadinho no meu mundo de princesas e cor de rosa. A descobrir que há mentiras, ódio e preto. E que temos de saber lidar com isso.

Fantástico. Porquê? Alguém saberá dizer. Eu não...

Estou farta disto tudo. O pior: isto tudo = vida.
Aprender a viver, é isso.... mas agora???
Vamos ver...ou aprendo ou desisto. Ou vivo numa espécie de limbo....


Beijos

Sofia


Houve alturas da minha vida em que me lembro de estar feliz. De rir muito. De me sentir bem só por ter os meus amigos ou a minha família ao lado.

Recordo-me de uma vez em que uma amiga de Lisboa, que cá vinha muitas vezes passar uma semana ou quinze dias, e estarmos as duas no escuro, deitadas no chão do meu quarto, a falar, a falar (isto já pela noite dentro). E, subitamente, eu me lembrar, que o que ficava mesmo bem naquela altura era uma clarabóia no tecto. Ao que a minha amiga responde de imediato: "clarabóia? Não podia ser uma joana afunda?" e rimos, rimos...ainda hoje imos quando recordamos esse episódio :).

Acho que sou uma criança que cresceu apenas por fora. Continuo a adorar cor de rosa, corações, estrelinhas, princesas e afins... e a rir dos mesmos disparates. Eu amo os meus amigos! Gostava de gostar mais de mim...para poder demonstrar-lhes mais vezes o quanto gosto deles...

É possível que passo um mês sem falar com um dos meus amigos, ou dois ou três. Mas quando falamos, parece que nos vimos no dia anterior. Sinto-me egoísta por ter necessidade de me afastar deles quando não estou bem, o que acaba por provocar a minha ausência quando são eles a precisar de mim...desculpas públicas, por esses momentos. Mas amo-os. E sei que estão sempre lá. Que sabem que sou inconstante. E continuam lá. Aqui. No meu coração. Na minha vida.

Como escrevi na letra da "Canção de Sonho", "amores vêm e vão, mas só tu serás sempre o meu sonho de algodão".... os meus amigos também. Amores vêm e vão, é um facto...e eles estão sempre prontos a abrir os braços quando um amor vai. Quando uma desilusão fica. Quando ela passa e outra ilusão se cria...

Este texto dever-se-ia chama "Ode à amizade", mas dá para perceber que, mesmo não sendo esse o título, é a eles que me sinto grata. Porque sei que gostam de mim, e nunca desistem de mim, mesmo no tempo mais escuro e sombrio, mesmo nos afastamentos sem motivo aparente...SEMPRE!

E quando estamos juntos sou feliz. E rimos. E cantamos, recordaos velhos tempos, dizemos expressões que só nós entendemos...

Tenho saudades. De quê? Talvez de mim. Mas vou descobrir onde estou, no meio desta ensarilhada de sentimentos. Nunca serei a amiga perfeita, ninguém o é, mas tentarei sempre dar o meu melhor. Porque os amigos são, de facto, as pessoas a quem devemos dar mais valor, quer estejamos bem ou mal, pois amam-nos sem condições, sem pedir em troca, sem exigências ou julgamentos...

E se, por algum motivo, nos tiverem que dizer uma mentira, será para nos poupar a algum tipo de sofrimento, ou contar-nos-ão mais tarde. No amor as mentiras são sempre por maus motivos...

I love my friends!

(corriqueiro, mas verdade ;)


Beijinhos e abraços...


Sofy

Palavras leva-as o vento...


...ditado popular que, a cada dia, vai fazendo um pouco mais de sentido. Reparem: dois amigos que se encontram mas estão sem tempo, há sempre o inevitável "depois temos que marcar um cafézinho!". E lá vem o vento, e sopra o café para bem longe, às vezes para um lugar inalcançável. E passam mais uns anos sem as pessoas se verem...

É que esta questão ds anos não é uma questão para ser encarada de forma leve! Vivemos em média 76 anos. O que não significa que não possamos viver 110 ou apenas 15. Se deixarmos as palavras serem levadas desta forma, a qualquer momento tudo acaba e lá ficam os cefézinhos, as visitas a casa da tia, o lanche com o filho, o dizer "amo-te" a quem nos provoca essa sensação única, ligar para um familiar (ah e tal um dia destes eu ligo..."um dia destes" também é uma expressão que o vento adora levar para o seu esconderijo secreto)...


Depois há as palavras que são ditas por dizer. Para agradar e encaixar na sociedade, como seres sociais que somos. Tipo: "Cortou o cabelo! Fica-lhe bem assim mais curtinho...!" ou "Então o paizinho, está melhor?"só para meter conversa dizemos as coisas mais inimagináveis...). Mais exemplos... "Essa camisola tem uma cor mesmo gira! Onde compraste?" ou "tu és amiga do João, não és? Não? És super parecida com a Carina!".


Há ainda as palavas que o vento leva de quem sabe o que está a dizer mas não o sente. Normalmente estas palavras são mais estilo literário, frases bonitas e elaboradas para conquistar, por exemplo, o ser amado. Ou uma promoção no trabalho. Na primeira situação, é muito fácil para quem tem o dom da palavra fazer com que o coração mais mole se derreta... mas não passam de palavras. O coração depois de derretido nunca volta à forma original....! E as palavras? Essas...nunca deixara0 de o ser.

Acho que o amor, a amizade, a entre-ajuda, a dedicação à família e tantas outras coisas, devem ser demonstrados por gestos. Até porque se as palavras são repetidas vezes sem conta, perdem o seu significado especial... E os actos ficam para sempre gravados na nossa gratidão, no nosso coração (seja qual for a forma e as vezes em que já o fizeram derreter), na nossa vida. A tal que o vento tem a mania de decidir pra que lado vai.


SUGESTÃO: e que tal se ligassem a um amigo ou familiar que não vejam há muito? :) Contem-nos como foi! Beijinhos, Sofy


Há alturas em que só nos apetece gritar...e o pior é que, mesmo se gritarmos, essa vontade mantém-se. Pode ser por isto ou por aquilo, ou então, por nada. E quando achamos que é "por nada", é de certeza quando temos mais motivos para gritar.

A vontade de gritar vem do fundo da nossa alma. Normalmente parece que ela tenta sair do corpo pelo peito, chama-se a isso angústia. Uma tristeza inexplicável, permanente ou não, uma necessidade de respirar fundo, de chorar, por vezes.
Quando achamos que não há motivo para tudo isto, então é porque não estamos a encontrar os motivos dentro de nós. Eles existem. Mas não são claros, ou evidentes. Estão enraizados algures cá dentro, e só com grande esforço os conseguimos entender. Como esse grande esforço é difícil de fazer quando estamos com este tipo de sentimento, acabamos por voltar ao "nada".

Pois o "nada" são frustrações. São necessidades não satisfeitas. São o nosso verdadeiro EU a dizer "olha eu aqui, o que andas a fazer???"... Por vezes são saudades. De pessoas, de tempos em que éramos mais jovens, ou mais magras, ou mais activas, cada um tem algo que lhe é mais importante. O "nada" é o nada em que tornamos certos aspectos da nossa personalidade. Sem nos apercebermos.

Se o grito sai de alguma forma e alivia, a sensação de aperto passa. A vida continua normalmente, sendo esse normalmente o que fomos criando através dos caminhos que fomos seguindo.
Quando o grito sai, e sai, e sai, e torna a sair, e a vontade de gritar continua, surge o desespero...E aí, em grande parte dos casos, fazemos disparates. Procuramos escapes, fugindo da realidade. Álcool, drogas, auto-mutilação, fuga às responsabilidades, sono, impertinência, violência... Existem uma série deles.

A alternativa é encontrarmo-nos. Vermos uma oportunidade no nosso desespero. A oportunidade de sabermos quem somos, e de gostarmos de quem somos. E de aproveitar a vida como ela merece.

Resumindo, a frase "apetece-me gritar" (se não for dita por dizer) esconde normalmente algo bem mais intenso do que qualquer nível de decibéis que consigamos atingir ao libertar seja que tipo de som for.

E sabem uma coisa? Hoje apetece-me gritar...

Beijinhos

Sofy

Obrigada :)


A ^RP gentilmente enviou um presentinho para nós, o selo de "este blog é muito sexy". Adorei que te tenhas lembrado de nós =D!Obrigada!!! Vou passar para o Autocarro Copa D (velha amizade ;) e para "A couple of thoughts", um blogue que adorei conhecer! Beijinhos aos dois.

Prisões


Hoje passeava no jardim do local onde estou das 9 às 16h, cantando em voz alta o que ouvia no mp4, já que ali ninguém me ouve.

Entretanto ouvi o meu nome ser chamado lá do fundo da musica. Era um colega meu que estava do lado de fora da rede. Comentamos, brincando, que parecia uma visita numa prisão, com grades pelo meio. Coloquei a questão: qual de nós era o "preso"?

Pus-me a reflectir sobre isso. Ele respondeu que, pela lógica, seria eu, afinal estava do lado de dentro... Mas uma prisão é muito mais do que um espaço físico.


Por vezes, as pessoas confinadas a um espaço restrito, sentem-se livres, enquanto que quem tem o Mundo inteiro pela frente, está preso dentro de si próprio.
De facto, pela lógica, estar preso é estar fechado. Mas acredito que haja muito mais pessoas, presas na suposta liberdade de poderem fazer o que querem, ir onde querem, fazer o que querem.



Referindo uma situação histórica, não tomando qualquer tipo de partido, Angola foi uma colónia de Portugal, próspera, um belo local para se viver. No entanto o povo angolano lutou por ser livre. Houve uma guerra, ganharam a tão ansiada "liberdade". E depois? A minha opinião é apenas uma gota num oceano, concerteza, mas penso que a pergunta que fizeram terá sido mesmo essa. "E AGORA?". Não sabiam o que fazer à liberdade. Foram-se destruindo. E destruindo um país rico, com tudo para ser próspero...


E nós? Sabemos o que fazer com a nossa liberdade? Sabemos o que queremos? Fazemos o que queremos, ou pelo menos corremos nessa direcção? Ou deixamo-nos aprisionar por convenções, imposições, "regras" da sociedade? Não seremos também nós "um país próspero" que acabamos por destruir aos poucos? Quem somos nós afinal? Haverá muita gente que não consegue responder. Eu própria terei alguma dificuldade.

Provavelmente, há uma incongruência entre quem somos na essência, e entre o que somos em sociedade. Na verdade há muito pouca verdade entre nós, seres sociais. Fazemos tudo para nos integrar seja onde for. E esquecemo-nos de nos integrar dentro de nós próprios.
..

Mesmo que descubramos quem somos, a maior parte de nós recusa-se a deixar sair o verdadeiro "eu"....


Resumindo, sigam os vossos sonhos. Sem medos, só vivemos uma vez, não há nada que esperar...Custe o que custar, mesmo remando contra a maré, nunca desistam. Só assim serão felizes! Beijinhos e abraços,

Sofy

E por hoje ser dia 17... A TI!


Hoje faz seis meses que tudo começou. Quer dizer, tudo começou muito antes. Mas o namoro começou num mágico dia 17... E num internamento hospitalar, onde o meu príncipe me acompanhou 8 horas por dia, em dias que pareciam não ter fim. Reescrevo este poema, que escrevi na cama do hospital, com sono e saudades...


Que ousadia a minha escrever sobre o amor!
Escrever sobre o tal sentimento que leva o prazer à dor
E eleva a dor a prazer nos braços do bem querer...

Ousadia de me orgulhar, e poder ao Mundo gritar
Que descobri que também sou capaz de amar
E descrevê-lo, num misto de posse e liberdade!

Entrego-me nos teus braços, e a cada abraço terno,
Todo o mal se desvanece, como Sol quente no Inverno,
Não há mundo nem ninguém, só o calor de te ter

Voo para dentro do teu corpo, sinto-me penetrar
Apenas com um olhar, que por ser o teu olhar,
Sem precisares me tocar, me inunda de sexo e desejo

E se é amor este aperto, de saber seres tu meu ser,
De sentir esta verdade,que longe de ti é saudade, esta furia de viver
Nos teus braços vou morrer, partir pra outro lugar, morta de felicidade!

HSJ, 3 de Setembro, meia noite e sete

Sofy


"Sonhos cor de rosa
Sonhos de algodão...
Meu anjo, deixa-te voar

Pelo mundo mágico dentro de ti!
Faz do meu regaço o teu céu,
Sente a leve brisa do amor
Na suavidade de uma flor...
Meu anjo deixa-te voar
Pela ternura dentro de mim!

Sonhos cor de rosa,
Amores vêm e vão,
Mas só tu serás sempre
O meu sonho de algodão!
Sonhos cor de rosa,

Sonhos cor do mar...
Meu anjo, sonha com a Lua,
Cá estarei para te aconchegar..!"

Escrito com um amor imenso a um ser que não existe ainda para além dos meus sonhos :) Um bebé, uma bebé, um fruto de uma história de verdadeiro amor. A ternura que tudo isto representa... Era ela que eu tinha na cabeça quando escrevi esta letra, A nossa Lua!

A vida em contramão

Passaram anos desde que eu imaginei
O tronco mágico de uma canção que só eu sei...
Passaram dias, anos poemas sobre nada
Em que confundi o destino com a estrada...

Mas um dia tu chegaste e tudo mudou

A dança escrava em dança se libertou...
Dançara o nada até dançar o coração
Como chegar a casa e varrer a solidão...

Por isso eu já não danço quando entra a solidão
Te agarro e te levo pela vida em contramão;
Te abraço e te prendo num mundo dentro de mim,
Como um louco preso a um amor sem fim...

Tudo o que trago nosso dentro de mim
É como um vício de um início que nega o fim
É como uma história que insiste em se contar
Em palavras, beijos, em lábios e no olhar..

E se o tempo passou pelo tempo eu não dei,
Na chuva, no vento, na fúria do granizo!
A canção cresceu, e agora eu sei
Que rebenta, exolode, detona no teu riso!

Tudo o que vivemos entre o tempo que passou,
Aquilo que perdemos mas que o tempo guardou....
Eu sei agora que o amor iludiu o fim...
Ris e o teu ris dança dentro de mim...
Ris e o teu riso dança dentro de mim....
Esta letra foi escrita pelo Ricardo no dia em que nos conhecemos. Congecemo-nos de uma forma completamente inesperada, e desde esse dia a nossa vida deu muitas voltas (como no meu texto das voltas) até ficarmos juntos. E esta musica, sem saber, foi escrito num dia muito especial...

Ousadia da verdade


Sou um cadáver. Um cadáver que respira, Que anda, come e pensa. Mas no fundo, um cadáver. Tal como os cadáveres, não sinto. Não sei sentir. Talvez já tenha sabido, mas neste momento não consigo. Estou morta de sentimentos. Estou oca de sensibilidade.


Já não moro dentro deste corpo. Abandonei-o e parti. Em busca de algo novo, transcendente, inexistente, talvez. Parti em busca de emoções e sentimentos que desconheço. Quero recuperar o sentir, mas não o sentir já explorado. Um novo sentir que me fará sentir viva, e aí, se ainda vier a tempo Deixarei de ser um cadáver e saberei o que é viver!


Linda Inês

Revelação



O J.P., resolveu lançar o seguinte desafio:
Revelar uma lista de 5 coisas que quase ninguém sabe sobre mim. Ele próprio fez o mesmo.
Então cá vai:


1 - Adoro cozinhar. E estranhamente (o próprio acha isto estranho) foi com o meu pai que aprendi. Os meus pais divorciaram-se quando eu tinha cerca de 9 anos. E uma das memórias que terei sempre, é a dos dias em que era o meu pai a cozinhar. Ele fazia sempre massa com frango ou massa com bacalhau. Massa com frango continua a ser a minha comida preferida.

Digo que aprendi com ele porque ele fazia sempre o mesmo: abria os armários e o frigorífico. Mediante o que havia, a massa saía sempre diferente, porque não era uma receita, mas sim algo feito com criatividade. Sendo a criatividade o meu mote, cozinho exactamente como ele...


2 - Eu e o meu pai não nos damos muito bem. Mas no entanto, estando a conversar, é frequente referir coisas que fiz com ele e nunca esqueci. Talvez os momentos bons tenham sido poucos, e daí eu nunca os esquecer. Depois há o lado destrutivo, que penso ser causador da minha baixa auto-estima. Mas os episódios que me lembro de contar são quase sempre começados com "uma vez o meu pai..."
Ele já esteve junto mais duas vezes. Hoje está muito mudado. Já não é o pai divertido que recordo. É alguém materialista e que pretende transmitir uma imagem demasiado séria, que nada em a ver com o seu verdadeiro eu. Tenho pena que assim seja. Eu sempre farei tudo para não ser igual a ele, nunca irei por o dinheiro à frente do amor.
b
3 - O meu primeiro namorado foi aos 21 anos. Até aí tinha tantos complexos que, quando gostava de alguém, fugia. Evitava. O meu 1º namorado foi o meu ex-marido. Talvez seja um dos motivos por ele ser EX-marido. Mas estou feliz e sei que aprendi e passei por coisas tardiamente, mas passei, e aprendi, e sofri, e amei. Apenas um pouco mais tarde que a maioria das pessoas...

4 - Esta tem a sua piada. Um dia ia para a escola primária. que ficava numa rua a subir, e de repente as minhas colegas gritaram "OLHA UM RATO!!!!!!!!!!!!!". Começamos todas a correr rua abaixo, e como eu até sou uma pessoa de sorte, tropecei num guarda chuva velho que estava a meio do passeio. Resultado: parti um pouquinho do dente da frente. Parte hilariante, (chamem-me totó à vontade), o meu pai mandou-me procurar o bocadinho de dente e...eu fui! Duh! =D

5 - Travo uma batalha diária com o meu corpo. Não como, se como sinto-me mal, consigo passar uma semana só a beber água, e faço-o frequentemente. E por mais que emagreça. penso sempre que sou uma gorda que está mais magra, e não que estou magra. Este problema martiriza-me a todas as horas do meu dia....

E pronto, já me despi um bocadinho. Passo o desafio a quem quiser, mas pode ser à ^RP!

Beijinhos

Sofy

A nossa banda...apresentação

Sumo e Coca-cola


Há alguns dias, numa festa, perguntaram-me "sumo ou coca-cola?"
Penso que respondi "Não quero nada, obrigada", mas fiquei a pensar nas diferenças entre a escolha do sumo e a escolha da coca-cola.

Sumo é mais saudável do que coca-cola. No entanto, a coca-cola tem um sabor mais atractivo. O sumo é mais natural do que a coca-cola. A coca-cola tem gás. E cafeína. Podemos dizer que é mais arrojado escolher a coca-cola, mas é também no entanto, numa pequeníssima escala, mais perigoso.

Troquemos isto por coisas práticas. O amor, o eterno exemplo.
Uma paixão é como uma coca-cola. Dá uma satisfação imediata, e causa dependência. O amor talvez seja mais como o sumo. É natural, faz-nos bem, podemos confiar nele. A paixão, por sua vez, é intempestiva, imprevisível e violenta. O amor tem os seus momentos de paixão e loucura, mas é também preocupação, entre-ajuda, abraços reconfortantes, reconhecer o que cada gesto ou palavra do outro quer realmente dizer. A paixão morre. Ou se não morre, faz sofrer, quando chega ao ponto de dependência máxima, tal como uma droga. O amor é cannabis. A paixão é heroína. O amor é L&M light. A paixão é
John Player Special preto. O amor é cerveja. A paixão é rum puro.

O amor não existe sem paixão, mas a paixão existe sem amor. E é por isso que é tão intensa, tão incontrolável, tão imediata! Ter tudo numa semana em vez de desfrutar durante um ano. Meros exemplos de algo completamente utópico, o "tempo". Até porque podemos nem viver mais um ano, pelo que talvez devamos viver o amor como se fosse uma paixão



. Não perder tempo, não complicar, apenas amar! E isso já é tanto...



Beijinhos e abraços

Sofy

Descobri!



Acho que descobri o que sou. Uma observadora. Que consegue integrar-se em meios muito diferentes, nunca deixando de ser eu própria. Descobri também a complexidade do ser humano. É claro que eu sabia que o ser humano é cheio de complexidades, mas pensar nisso a fundo é algo que nunca tinha feito.

De repente encontro-me num local, onde tenho que coexistir no mesmo espaço físico (restrito) com variados tipos de pessoas.
Existem pessoas que simplesmente não falam, com medo de que algo que possam dizer seja mal interpretado ou não tenha interesse. Por vezes eu própria sou assim...

Há aqueles que gostam de ser o centro das atenções. Este grupo divide-se em, no mínimo, dois sub-grupos: aqueles que falam alto para se destacarem, não interessa que digam a maior parvoíce do mundo, que falem mal dos outros, que falem bem desses mesmos outros quando os mesmos estão presentes, ou que simplesmente tentem ser engraçados, muitas vezes para remediar uma situação em que afinal a pessoa de quem diziam mal até estava presente...

Depois há as vítimas. Nesse grupo, as pessoas discutem entre si(depois de se assegurarem que, para além da pessoa com quem estão a falar, têm uma audiência significativa), quem tem uma doença mais grave, a quem aconteceram mais desgraças, quem tem a dor mais forte, quem engordou mais por causa da medicação, quem tem um marido pior, quem "já passou mais na vida". E podem estar horas nisto: " Ando aqui no hospital há 13 anos sempre nisto, não há maneira de ficar curada!" "E eu? Já cá estou metida há 6 meses e nem sei quando vou ter alta...estou farta desta porcaria!" "Olha, houve uma vez em que cá estive quase um ano, fizeram-me todos os exames e mais alguns, e não descobriam o que eu tinha!" "Ai, por falar em exames, fiz um na semana passada, tu nem imaginas as dores que aquilo dá!". E pronto, a conversa interminável sobre quem é a maior vítima continua até serem horas de ir para casa.


Há ainda os que estão na vida por estar. Sabem que têm uma doença, mas pouco lhes importa. Vagueiam pelos corredores, sem conversar muito com ninguém, à espera que o tempo passe, voltem para casa, e tudo volte ao mesmo, já que melhorar não é um objectivo, apenas estão onde os mandaram estar, e assim vão estando.

Depois há os engatatões. Uma pessoa do sexo feminino tem sempre encantos para eles. Hão de elogiar alguma coisa, quanto mais não seja o nome. São como abutres. Buscam, buscam, e acabam por encontrar quem caia na ladainha deles. Não importa se são comprometidos, casados ou solteiros, é algo que lhes está no sangue...

Existem ainda os protectores. Os que andam sempre a ver se os outros estão bem, e muitas vezes se esquecem deles próprios. Também me incluo neste grupo. É perigoso ser deste grupo. Porque alguém de um dos outros grupos pode interpretar mal a preocupação e dar-lhe um significado distorcido. No entanto, é tão gratificante estar com alguém que num momento chora, e depois de estar um pouco connosco, e o distrairmos, vermos um sorriso nesse rosto outrora triste e fechado!

Por fim, há aqueles que supostamente estão a tomar conta das pessoas. E que, também supostamente, são superiores em termos hierárquicos. E que ficam chateados quando alguém de um dos grupos supra citados mostra ser mais inteligente ou saber mais sobre alguma coisa do que eles. Não todos, alguns dão valor a quem demonstra esse tipo de qualidades, mas a maior parte não esconde a inveja e começa pela calada a tentar ferrar os calcanhares desses "espertinhos, que quem são eles para acharem que sabem mais do que elas?"
Ficam particularmente felizes quando essas pessoas infringem uma das regras. E aí perseguem-nas e fazem "queixinhas", apresentando-se logo a seguir com um sorriso no rosto. Ai, como são irritantes estes seres...mas pior é para eles, afinal de conta vão toda a vida achar que são algo que não são...



Esta análise resume-se a uma amostra de cerca de 20 pessoas. Que durante 7 horas seguidas estão no mesmo local. E se relacionam. Apesar da sua complexidade e das suas diferenças. Não é fascinante? O ser humano, pelo meio da complexidade, tem uma capacidade de adaptação inata. Nem que seja só uma falsa adaptação. Às vezes - diria que a maior parte delas - uso a falsa adaptação para poder observar por dentro cada pessoa. E no fim acabo por me sentir um pouco mais sábia. Não superior a qualquer um deles, um ser humano,apenas, com os seus defeitos e características, mas que consegue conviver com todos eles. É bom sentir isso :)

Resumindo: aquela história do "todos diferentes, todos iguais" é mesmo verdade. E é em locais como um hospital que conseguimos ver isso. Ninguém está imune ao que quer que seja, independentemente da sua maneira de ser, sabedoria, hierarquia ou mesmo condição económica...todos estão dentro das mesmas paredes, com problemas parecidos.

Não é perigosamente fascinante saber que todos, no fundo, somos só e apenas...seres humanos?


Beijinhos e abraços,

Sofy

Não consigo escrever...


Hoje estou num daqueles dias tristes em que não consigo escrever.

Então, resolvi escrever. Sabia que alguma coisa haveria de sair, nem que fosse um tamanho disparate que nenhum de vocês tivesse paciência de ler, e imediatamente carregassem em "blogue seguinte", onde provavelmente encontrariam um blog sobre tunning, ou sobre produtos para emagrecer, ou mesmo batotas em jogos de computador. Pelo menos a mim aparecem sempre essas coisas, que mesmo assim, parecem ter mais interesse que este texto, em que estou a enrolar a conversa e a não dizer nada.


Agora de repente lembrei-me de uma frase do Principezinho. Tu és responsável por aquilo que cativas. E pensei que, por vezes, não é preciso muito para nos cativarem. Sabemos que tipo de pessoa nos causa uma sensação de identificação, e sabemos aquelas que, não tendo nada a ver connosco, ou pelo tipo de abordagem, devemos afastar.
Claro que é sempre possível cometermos erros, ,mas isso é uma constante da vida. Há sempre 50% de acertarmos no melhor de dois caminhos. E isso pode mudar tudo o que vem a seguir.


Eu, de repente, descobri que a minha criatividade pode servir para alguma coisa, para além de escrever letras, ou textos aqui no blog. Descobri que aos poucos, posso ser capaz de pintar coisas belas. E as coisas belas são sempre fascinantes, em especial se formos nós a criá-las. Pintar cativou-me. E agora sei que vou querer sempre fazer melhor, e que nunca vou deixar que esta nova paixão se esvaia.



Sinto uma necessidade enorme de criar. Criar. Quero deixar uma marca neste mundo. Chamem-me idealista, mas enquanto não morrer, tentarei sempre criar algo que marque, algo com que alguém, nem que seja uma pessoa, se identifique. Mudar a vida de alguém. Fazer alguém sorrir. Fazer alguém feliz...


Neste momento, estou numa fase de descoberta. Sei que me vou descobrir. E também sei, que no fim deste processo, me sentirei feliz!


Beijinhos e abraços
Sofy


P.S. - parece que afinal até tinha algo para escrever...

A lua

Como diria a musica dos Mercado Negro, "Oh Lua, não me ligas nenhuma...."
Pois é. A Lua. Fonte de inspiração de muitos, sinal de horinhas de dormir pra outros, uma coisa branca que está no céu para quem quer lá saber da sua existência, um mito para muitos que não acreditam que o homem pôs lá os pés, para mim algo que transmite paz e magia...


Magia é algo que muitos não sabem sentir, em especial aqueles para quem a Lua é uma coisa branca que está lá no céu, mas se nos sentarmos e olharmos para ela, sentimos uma estranha paz de espírito. Como se fosse uma guardiã da noite. E nos observasse, calma, cheia, crescente, minguante ou nova.  


Claro que há muitas histórias associadas à lua cheia. Há as histórias dos vampiros, dos lobisomens, e há a história da minha mãe dizer que é a lua do meu pai, porque é a lua dos malucos. Nunca vi vampiros nem lobisomens, portanto esta última será de momento a mais credível...


Quantos primeiros beijos não foram dados à luz da Lua? Quantos casais apaixonados não fizeram amor sob a sua luz ténue, na praia, ou em qualquer outro lugar inesquecível? Quantos pedidos de casamento não foram feitos sob a luz de um luar que fica gravado para sempre naqueles corações?

A Lua tem magia. A Lua apadrinha o amor.

Um passeio dado de mãos dadas à luz da Lua não é igual a um passeio dado de mãos dadas durante o dia! É bom sentir que ela está ali, a observar o Mundo (meio mundo de cada vez, claro está) e que não conta nada a ninguém. Mas sob a sua luz, mil coisas se passam, mil casais se amam, outros mil dão a mão pela primeira vez, mais mil a fitam, quando as palavras não bastam para demonstrar o sentimento, e o silêncio diz tudo, a Lua há de estar sempre presente no nosso imaginário e nas nossas histórias de amor.


Quando tiver uma filha, vou chamá-la Lua! 
Só de associar Lua a uma criança, um sorriso espontâneo aparece. Não há nada mais belo que uma criança. Há poucas coisas mais belas do que a Lua. Imaginar uma bebé,recém nascida,  com aquele cheirinho que só os bebés recém nascidos têm,  vestida de cor de rosa, a dormir serena nos meu braços, e essa vida que está a começar chamar-se Lua, é uma imagem perfeita....


Espero que também já tenham sentido, nem que por momentos, a magia da Lua... E se não sentiram, desejo que tenham muitos momentos lindos apadrinhados por essa fada em forma de astro que ela é.


Beijinhos e abraços!


Sofy

Jorram dos meus dedos....

Jorram dos meus dedos as palavras
palavras que não sei dizer
Palavras que não sei sentir
Coisas que não te sei fazer...

Jorram  dos meus dedos as palavras
Pois perto de ti fico mudo,
Brota em mim o que tu lavras,
Pra ti é nada, pra mim é tudo!

Brotam trepadeiras esquivas
Que nos tentam unir, prender
Mas tu és pássaro livre
Maré nenhuma te há de deter

Brota a força da natureza
Desumana  até, talvez
Que em ti tudo é visceral,
Ou um lindo lírio, na tua tez

Tez de fada, mãos de amante,
Voz regada a doce mel.
Tenacidade cortante
No cheiro da tua pele...

Jorram dos meus dedos as palavras
Que nunca hás de saber,
E no brilho dos meus olhos,
Só verás amor, admiração, querer..

Jorra enfim na minha mente
A imaginação do que poderia ser...
Uma fonte inesgotável
De admiração, dor e prazer!

Amo-te






Linda Inês

a uma princesa



Por ti percorrerei todos os caminhos
Descobrirei todos os mares
Saberei o nome de todos os céus


Por ti tirarei o mundo da sua órbita
E dar-lhe-ei uma órbita nova
Sustentada na força gravitacional
Do teu olhar dentro de mim


Por ti darei coisas novas à vida
Criação, imaginação, sonho e luz


Por ti serei o que apenas sonhei
Que poderia vir a ser


Por ti haverá uma casa
Por ti haverá um destino


Por ti haverá uma princesa,
Cor de rosa,
Sonhos
e infinito.


Por ti, viver será
a mais bela de todas as histórias.

Ricardo


As voltas e voltas da vida


Dizem que é mau andar as voltas.

As pessoas d
izem frases como "ai, andei as voltas para conseguir estacionar o carro..." ou " andei às voltas para conseguir um emprego" ou ainda na vertente de, numa classe mais alta do que a que andou às voltas para conseguir um emprego, "ai, fartei-me de andar às voltas para conseguir encontrar a prenda para o Manelinho!".

Pois...não entendo. O mundo anda às voltas. No fundo, e estando nós de pés assentes no mundo,não temos grandes alternativas senão andar às voltas com ele. Mas a questão aqui é que não vejo o mal de andar as voltas.


Eu gostava de poder andar sempre às voltas....Como faço quando saio deste mundo, o tal que anda às vo
ltas, e flutuo. E a flutuar consigo andar as voltas. E isso faz-me feliz. Flutuo por cima de recordações que me fazem sorrir, flutuo sobre o final perfeito para a história que foi escrita para ser perfeita, flutuo até noutros países, flutuo com pessoas que não conheço. Flutuo com ele, Flutuo com ela, flutuo com o amor ou sem o amor, as voltas são sempre diferentes. Mas são sempre voltas. E mais voltas.


Às vezes não entendo como podem as pessoas não entender que a nossa vida é feita de voltas. Nascemos. Podemos nascer numa família feliz, ou ser abandonados num saco de lixo...porque em determinado momento, a historia de vida de duas pessoas deu uma volta, que as fez encontrarem-se, e,por algum motivo, fornicarem - há quem ache a palavra fornicar feia...eu não a acho particularmente bonita, mas há muitas palavras que não acho bonitas e que toda a gente diz. Não entendo a implicância específica com a palavra fornicar. Mas de qualquer forma, bonita ou não, lá aconteceu. E por isso nascemos. E pelo simples fac
to de nascer, a nossa vida dá uma volta.


Crescemos e as voltas são cada vez mais. "Se o Martinzinho não tivesse caído do carrinho quand
o era mais pequeno, agora já saberia andar, de certeza!". Ou "A Beatriz tem muito jeito para desenhar!" dito por uns pais que valorizam esse dom na criança, ou simplesmente o elogiam porque é criança e depois esquecem. Aí está uma grande volta que todas as nossas vidas podem dar. A partir daí, crescemos e tornamo-nos mais conscientes. Se os nossos pais nos continuaram a apoiar, concerteza desenhamos muito melhor agora...e talvez, se gostamos mesmo de desenhar, queiramos pintar o tecto da maior igreja do mundo!

Aqui está aquela volta importante: se fomos incentivados a sonhar, então não devemos ter medo de abraçar o mundo. Ou a vertente contrária, começamos a ser maiores , e os nossos desenhos já cansam. "Ai, lá esta o Carlos com os seus desenhos!" ou "Ai rapaz, porque que não vais brincar com os carrinhos? Só desenhas, parece que não sabes fazer mais nada!"...então é aí a primeira vez que aprendemos que sonhar não vale a pena. Que afinal, o que temos que saber são outras coisas. Muitas coisas, é muito mais importante do que saber muito sobre o que se ama. Se calhar é melhor não sonhar, lutar por uma vida igual à das pessoas normais.



"Pessoas normais". Ora aí está mais um
a expressão que me intriga. O que é uma pessoa normal? Já fiz esta pergunta a algumas pessoas, que olharam para mim como se eu tivesse vindo de um planeta estranho, onde coisas importantes como perceber porque dizemos que determinada pessoa é normal, fossem isso mesmo, importantes.
Algumas ignoraram-me...outras responderam coisas parecidas. Algo como " uma pessoa normal é uma pessoa que vai prá escola, tira boas notas, depois tira um curso, tem uma namorada há já alguns anos, e quando estiver seguro no trabalho que arranja depois do curso, pede a namorada em casamento. Casam, e quand
o tudo o que querem na casa estiver perfeito, pensam em ter um filho. Depois continuam a trabalhar, a deixar os filhos com pessoas que tiraram um curso para poder cuidar deles, ao fim da tarde chegam cansados, põem a criança distraída com qualquer coisa, ela faz o jantar, passado um pouco vão-se deitar para repetir tudo no dia seguinte, depois o filho cresce e transforma-se num dos pais. É assim".
Claro que ninguém me deu esta resposta objectivamente, apenas faço um resumo
da interpretação que fiz do que ouvi.


Voltando às voltas, eu queria andar às voltas. Ia conhecer um bocadinho de cada cultura do mundo. Todas elas têm encanto, quanto mais não seja pelo facto de serem seguidas por gerações e gerações de pessoas, mesmo sabendo que ali ao lado, existem outras pessoas, que concerteza, seja qual for a cultura, são diferentes. A sua cultura é assim que vai continuar a ser. E isto tudo se passa no tal mundo que anda às voltas, que curiosamente é o mesmo para as pessoas normais de cada cultura diferente, e também para aqueles que,supostamente, não o são.


Em relação à voltas da vida, imaginem como um só momento pode dar a volta à vida de alguém. Faz frio, ele gosta dela, ela gosta dele. Vão juntos no autocarro, a pensar no quanto gostariam que aquela fosse a pessoa com quem iam partilhar toda ou uma parte da sua vida. Saem do autocarro, ela vai ao shopping ter com as amigas, ele vai a uma loja onde combinou com um colega. E param naquela esquina. Se fosse um filme, este momento seria em câmara lenta. É naquela esquina que a vida dos dois pode mudar, é naquele local, onde dois caminhos se cruzam, que o futuro deles se cruza. Ele pensa em agarra-lhe a mão. Ela deseja mais do que tudo que ele a beije. Ele hesita. Ela anseia. Acabam por se despedir com dois beijos, e não voltarem a ver-se. Uma volta.
Quem sabe se, depois de mil voltas, se irão reencontrar, e ficar juntos para sempre. Depois de, em muitas voltas, ela estar já com o cabelo todo branco, e ele quase sem nenhum. E aí está uma volta, que, apesar de no meio ter tido muitas voltas, é feliz.

Não há que ter medo das voltas da vida...às vezes fazem-nos sofrer, mas no fim levam-nos ao local certo! Que é exactamente aquele onde estamos!


Beijinhos Sofy

Beijinho de boas vindas :)


Só para mandar um beijinho especial de boas vindas às meninas do desperate-non-housewives, muitas das quais já posso tratar por amigas, e a todos os cibernautas que passarem por este nosso cantinho, espero que por cá fiquem, pois para nós é muito muito especial!

Como vocês, a quem qualquer dia também espero poder chamar de amigos :)!




Beijinhos da "Carrie", ou da Sofy!

Happy days... *******

 
Só eu e tu.....



Ricardo

Uma crónica do meu alter ego

INTRODUÇÃO:

O meu alter ego chama-se Linda Inês e trabalha numa revista de moda. Não, não estou maluca, apenas escrevo, e às vezes sobre mim, sobre o mundo, sobre a vida, sobre trivialidades, outras escrevo como se fosse outra pessoa a escrever. Acho que não tenho dupla personalidade, mas...a Linda Inês existe. E eis a primeira crónica escrita por ela.


"É só mais um dia mau". Acordo com o som dos Ornatos Violeta a ecoar-me na cabeça, cabeça essa que concerteza absorveu qualquer espécie de poder de sensibilidade à dor, que quase não me permite virá-la sem um sonoro AI!
Auguriam-se 24 horas de puro prazer...relativo, claro. Depende. O prazer não será meu, mas talvez alguns inimigos sintam gosto em saber que vou passar um dia inteiro a trabalhar, a aturar as suas conversas, a ter que pensar em tudo e mais alguma coisa, com uma cabeça que mais valia estar oca do que com uma pedra imaginária e uma musica pessimista. Perspectivas...


 
Bem, parece que vou mesmo ter que me levantar. Um banho pode ajudar...ou não. Mas lá vou eu, com o meu gel de banho com cheiro a manga laranja ou qualquer mistura tropical do género, meter-me debaixo do chuveiro. Não faço idéia do que vou vestir, palpita-me que nada me vai ficar bem. Comecemos por esticar o cabelo...ok, vamos prendê-lo, é sem duvida um dia de cabelo-não-solto. Roupa...estas calças...não, estão apertadas. A blusa verde...vesti a semana passada e a burra da minha colega do departamento de contabilidade comentou em como tinha visto uma igualzinha na loja dos chineses. Talvez uma saia...a preta. É isso mesmo. AAAAAAAAHHHHHH! Tem o fecho avariado! Começo a ter vontade de fazer a vontade à pedra na minha cabeça e a deitá-la em qualquer sitio minimamente almofadado. Mas não. Vamos lá. O vestido novo. Sim, fica bem. Finalmente. Sapatos pretos...cunha ou salto alto? Não gosto de ver com nenhum. Mas sapatp raso também não tem a ver com o estilo...Vou levar os de cunha, sempre há menos possibilidade de cair no meio do átrio de entrada da empresa à hora em que todos estão a sair para almoçar (isto de imaginar algo mau imagina-se logo em grande!).

 Chaves do carro, casaco, mala, carteira, documentos, parece que está tudo. Aposto que vai estar uma fila enorme de 8km provocada por algum acidente estupido. Mas lá vai ter que ser.


Entro no carro, está tudo bem até à entrada da auto estrada. Entretanto dá a minha musica preferida na rádio, o que me provoca um sorriso involuntário. E não está trânsito. Aliás, chego ao trabalho 15 minutos antes e encontro-me com a Joana, velha companheira de formação, transferida para outro departamento, com quem não falo ao tempo. Vamos tomar um café e ela dá-me uma grande novidade: vai ser mãe, coisa com que sonhava há anos! Desta vez o sorriso pela sua felicidade foi mesmo de orelha a orelha.
 
Hora de entrada. A D.Paula da recepção elogia o meu vestido. Subo e o meu chefe dá-me a novidade de que tenho que escrever um artigo sobre o lançamento da nova colecção da Tiphany's. Pormenor: o lançamento vai ser em Milão. Só não dou pulos de alegria porque convém pelo menos parecer profissional quando se está com o chefe. E também porque da ultima vez que saltei com sandálias de cunha torci o pé...

 
Entretanto toca o telemóvel. Tinha ligado no auge do meu mau humor matinal para a minha mãe. Era ela, com voz preocupada. "Filha, estás melhor?" , pensei por momentos e respondi..."mas mãe, melhor de quê?"
O meu dia mau tinha-se tornado maravilhoso! 



Não é fantástica a surpresa que é a vida, aqui demonstrada num caso tão pequeno no meio de uma imensidão de vidas e histórias?
 
Viva a vida! E a Tiphany's! :)



Linda Inês



 

a dança do carbono




Isto é para ti. Não sei o que é isto. Sei que existe porque o movimento dos meus dedos me o demonstra e sei que é para ti porque, neste momento, nada mais existe no meu pensamento.

Isto é para ti.

Podia ser uma história.

Podia ser um poema.

Podia ser uma dissertação.

Podia.

Mas não é. É isto.

Porque me aborrecem os conceitos. Porque em cada conceito nada mais vejo do que uma clausura, uma jaula em que nos apoiamos para nos definirmos e que, invariavelmente, nos nega a visão absoluta das coisas. Nos nega o infintio.


Isto é o infinito. E é para ti. Porque me devolveste algo que um dia perdi. Porque em ti trazes a essência de algo que está para lá da compreensão possível. Para lá da compreensão impossíviel.


Somos uma história que rasga os dias. Somos uma lenda que que incendeia os momentos. Somos um sonho que jorra em golfadas de luz por entre um mundo absurdamente cinzento. De pessoas cinzentas. De cores que desistem e se esbatem até que apenas o cinzento delas resta. Como se de um obituário cromático se tratasse.

Somos um movimento em sentido contrário ao movimento do movimento que disciplina todas as coisas que se movem.


Não há disciplina que se nos imponha. Porque somos um sonho. Porque juntos, temos a impertinência de viver cores que tomam conta dos dias, devolvendo-lhes a brutalidade cromática que um dia um deus sonhou.


Em todos os momentos, o que somos podia ser escrito em palavras que não existem. Em palavras qu não exisitirão nunca. Uma vez mais, poque todas as palavras são uma clausura. E o carbono que dança entre os filamentos do nosso adn, é puro e, como todas as coisas puras, é infinito.


Mil vezes nos mergulhamos nas labaredas de uma história irepetível. Cada conversa, cada olhar, cada soriso, cada silêncio, cada gesto, cada quase gesto, cada tudo, cada nada, e cada tudo o que não é tudo nem é nada e é, ao mesmo tempo, tudo e nada, e, ao mesmo tempo ainda, quase nada e quase tudo alternadamente.


Isto que escrevo para ti é o movimento do meu corpo e do teu. Rasgando os dias, como se fôssemos vento. Rasgando os dias como se fôssemos enormes massas de água indomáveis. Rasgando os dias como se fôssemos labaredas de um fogo que apenas um deus poderia ter sonhado.

Isto que escrevo é o movimento do meu corpo e do teu. É a própria essência do amor. Só que o amor não tem essência. E o amor não existe. Mas nós violentamos as regras da lógica e do absurdo e o amor que não existe, existe quando entras na minha vida e a enches com toda a luz do mundo. E a essência que não existe do amor que não existe, existe quando entras nos meus dias e eu sinto que todas as cores do mundo se agitam em meu redor.


Vejo-te por entre uma embrriaguez de sentidos. Vejo-te por ente constantes desafios de pensamento e não pensamento. Vejo-te por entre uma realidade que não suporta a leveza do peso absurdo de duas almas que se amam na fragilidade invencível de um sonho.



Vejo-te por entre uma não realidade que se verga perante a violência divina de dois corpos que se fodem como se fodessem pela primeira vez, pela última vez, por todas as vezes. Como dois corpos que se fodem como se hasteassem bandeiras de sonho em locais desconhecidos de um um mundo sem nome a que eu chamo amor, a que eu chamo o teu próprio nome.


Somos uma lenda. Somos um poema. Somos algo que está perto disto. Algo que vive para lá das fronteiras.

Para lá do fim do mundo. Para cá do princípio do mundo. Onde não existem fomas de entrar ou sair da realidade.


Num mundo em que todas as portas estão fechadas.


Mas em que nós desenhamos janelas, e uma e outra vez, nos reencontramos enquanto o carbono dança, por entre os filamentos do nosso adn, essa dança de loucura, de sonho, de infinito, paixão e amor.


Ricardo

Fadinha do lar






Pois é. Hoje, não sei porquê (talvez pelo facto de ontem ter dito que morri), resolvi levantar-me e fazer limpezas. Confesso que nunca tive muito jeito para a coisa...lembro-me da minha mãe me mandar limpar o pó e quando tirávamos o naperon do sitio, havia um lindo rendilhado de pó com a forma dos buraquinhos do dito...

Mas voltando a hoje. Arrumei, deitei fora papéis, usei a pré estabelecida "gaveta" (aquela gaveta que todos temos em casa em que acaba por se por tudo o que não se sabe mais onde há de por) e aproveitei-a bem, arejei, sacudi o edredão, fiz uma sopa de peixe deliciosa (modéstia à parte) e no fim senti-me feliz :)

Se tivesse acordado e alguém me tivesse dito: SOFIA VAI ARRUMAR QUE A CASA ESTÁ UM NOJO", provavelmente eu teria dado meia volta na cama, murmurado um "já vou" entre dentes, voltando a adormecer e passado a tarde a ver TV ou outra banalidade. Mas não. Foi livre e espontânea vontade. E agora vem a reflexão: não deveríamos fazer mais coisas por livre e espontânea vontade???

Claro que não estou a falar de atirar uma pedra à cabeça de alguém (não que não apetecesse, a certas pessoas, mas isso seria um sinal de insanidade mental...), mas...uma coisa simples. Dançar! Quantos de vocês dançam porque vos apetece? Quando vos apetece?
Experimentem por uma musica que vos faça ter vontade de mexer. Fechem os olhos e esqueçam tudo, como se só houvesse o som e o vosso corpo. Vão dançar como nunca o fizeram e no fim sentir-se libertos de algo ao qual nem sabiam estar presos! Chamam-se preconceitos :)

Não é de propósito, mas há tanta coisa que fomos apreendendo que nos foi incutido, que nos esquecemos que temos uma "livre e espontânea vontade". Queremos jogar futebol. Mas "não dá tempo, estou cansado, tenho que ir às compras..." e que tal NÃO pensar essas coisas? Ser um pouco impulsivo? Acaba-se o jogo e o cansaço passa de cansaço a "cansaço bom", como aquele em que passamos horas a fazer amor e acabamos exaustos...

Há anos que auerem tirar um curso de fotografia. Mas agora não dá jeito, depois vem os bebés o tempo escasseia, continua a amar-se fotografar mas ficamos pela nossa digital nas festas de família. E que ta, arriscar? Será que isso ,eventualmente, não poderá transformar-nos nos "melhores fotógrafos da familia" aos melhores da cidade ou mais ainda??? Ou apenas trazer-nos arealização de termos feito algo que sempre quisemos??
"Cozinhar o meu prato preferido. Oh, da muito trabalho, vou ver a novela". Não! Afinal, de certeza que depois do jantar, vai haver uma sensação tão boa de satisfação e realização, que nem se vai lembrar que existe uma coisa chamada novela! :)


Vamos agir mais de livre e espontânea vontade? Vamos dançar, cantar, saltar, gritar, andar de bicicleta, comer um bolo, abraçar um amigo, dar um beijo ao nosso pai, ligar à nossa amiga da Suíça... seremos todos mais felizes. Que acham??

Um pouco extremista talvez...mas comecemos por aplicar às pequenas coisas. Tenho a certeza que algo vai mudar. Nem que seja um bocadinho. E para melhor...não é bom mudar para melhor?


:)

Beijinhos e abraços! Bora dançar? ;)


Sofy

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